quarta-feira, junho 28, 2006

Brasil e (n) Gana parte II

Ah, esta é com você, parreira: não existe Quadrado Mágico com menos de nove elementos. Quem ma adverte, e agradeço e verifico, é Marina Vasques Moreira: “O menor quadrado mágico que existe é o de ordem três, ou seja, um quadrado com medida três de lado como este:

4 9 2
3 5 7
8 1 6

Vê só, parreira, que escalão!: goleiro, dois zagueiros e, no resto do campo. O Quadrado? Já imaginou, uma seleção toda mágica?

By: Millôr Fernandes

Brasil e (n) Gana

Como é que foi, Ronaldo? Você, eterno injustiçado, vítima da crueldade do mundo, declara alto e bom som, que não tem obrigação de jogar bem todas às vezes?
Tem, Ronaldo, tem. O diabo que é você, quando não joga bem, recorre às palavras, que não são bem sua especialidade. Você já imaginou se um escritor, quando fosse criticado pelo que escreve, corresse pra dentro do campo e gritasse pra galera: “Deixa essa que eu chuto!”?

Você às vezes – ultimamente quase sempre – não consegue jogar bem. Deveria se sentir tão constrangido quanto goleiro engole pênalti. Pois, pelo que ganha, você tem a obrigação de jogar sempre bem.
Te digo, garotão, eu, medíocre artista plástico, se ganhasse o que você ganha, ficaria profundamente envergonhado se não pintasse uma Capela Sistina por semana.

By: Millôr Fernandes

A Razão Impressionista



Já tiveram alguma vez a impressão de que a impressão que causam nos outros pode por vezes deixá-los tão mal impressionados que até lhes faz impressão? Há quem diga que a primeira impressão é a que conta e que determina tudo o resto, o que me faz alguma impressão se querem que vos diga. É impressionante a importância da impressão. E não há duas iguais. Há boas impressões que não nos deixam grandemente impressionados, assim como há más impressões que nos deixam uma forte impressão que mais valia não a termos tido qualquer impressão.
Ficar bem impressionado implica que não nos façam impressão certas coisas, o que, se pensarem bem, é perfeitamente paradoxal: como impressionar sem ter impressão, mas apenas fazendo-a? Como podemos fazê-la sem ficar com ela? É assim uma coisa altruísta em que no momento que a fazemos nos descartamos dela?
E uma má impressão? Poderá uma má impressão deixar-nos bem impressionados ou inevitavelmente não nos impressionará nada, até pelo contrário, e ficaremos estupidamente mal impressionados? É curioso ver que para uma má impressão tanto faz que tenhamos uma impressão ou façamos qualquer impressão: é indiferente.
Este raciocínio todo já me está a fazer uma imensa impressão. É impressionante o que uma pessoa se lembra quando não tem impressões nenhumas. Até me faz impressão...

segunda-feira, junho 26, 2006

Ilusão


Observe a imagem acima e atente para a figura central. À primeira vista, não parece que o bloco de cima é mais escuro do que o bloco de baixo? Saiba, pois, que ambos os blocos têm o mesmo tom de cinza. Duvida? Então cubra a aresta central com um dedo estendido, constate a engenhosidade desta imagem criada por Beau Lotto, e clique aqui para ver outras ilusões de ótica (via Juegos de Ingenio).

sexta-feira, junho 16, 2006

A Razão da Besta

Uns tipos com muito tempo livre apareceram por aí muito excitadinhos a afirmar que semana passada, dia 6 de Junho de 2006, é o Dia da Besta. Isto porque numericamente a data tem a configuração 666, normalmente associada a uma Besta qualquer.
Não fazendo ideia do significará aquela dia ser o Dia da Besta, gostaria de dedicar este post a todas as bestas que conheço, e em especial:

- Às bestas que governam o país diariamente e que enchem o bandulho à conta de contribuíntes que cada vez têm menos dinheiro para si porque cada vez pagam mais para alimentar um Estado que pouco faz por eles.

- Às bestas dos empresários nacionais que não fazem nada pelo país mas que gostam de exibir os seus fatinhos e comparar o tamanho das suas gravatas em eventos do tipo.

- Às bestas histéricas da mídia (REDE GLOBO) que transformam diariamente o país num circo de celebridades pré-fabricadas e medíocres que almejam uma qualquer importância nacional que só têm nas suas cabecinhas loiras e ocas.

- Às bestas dos jornalistas que não percebem a diferença entre uma estrumeira e os artigos que diaria ou semanalmente escrevem, acreditando que chafurdar na merda lhes dá uma aura qualquer de intocáveis, e que só são intocáveis porque ninguém se lhes chega perto por causa do cheiro.

- Às bestas do serviço e do funcionalismo público, agarradas que nem lapas a direitos adquiridos e a regalias desajustadas da realidade do país. Ops: menos eu é claro!

- Às bestas da oposição, que confundem oposição com destruição e que, por isso mesmo, não conseguem por manifesta incapacidade desempenhar o papel que lhes está destinado.

- Às bestas dos tios e das tias, indigentes, tesos, improdutivos, mas com aquela pose ridícula de que são importantes para alguma coisa, e com uma pseudo-educação que os coloca, no seu miserável discernimento, acima de todos os outros.

A melhor maneira de comemorar o Dia da Besta é expôr todas estas alimárias, quanto mais não seja por um único dia, e dizer-lhes, nas trombas, que já os topamos. O ideal seria tatuar-lhes, com um ferro quente na testa, o número 666. Isso seria mesmo bestial.

quinta-feira, junho 15, 2006

O estranho fenômeno de Ronaldo.


Muitos problemas do Brasil são causados pela péssima alfabetização de seu povo. Analisemos, por exemplo, o estranho fenômeno ocorrido com Ronaldo, na partida de estréia do Brasil na Copa.

O jogador travou tentando desembaralhar as letras dos nomes dos homens-siglas do time da Croácia. A confusão mental foi tamanha que acabou embaralhando também as letras do nome do próprio craque: Ronaldo transformou-se em Rolando, seu alter-ego obeso e estático.

Na impossibilidade do reboot, em benefício da performance do sistema, trocou-se a peça defeituosa por Robinho, ágil, travesso e esquálido. O resto é vaidade.

Ronaldo, você não passa de um IMBECIL semi analfabeto, sai de fininho, você já era, sua estrela tá apagando mané, não tente chamar a atenção e estragar a copa de novo. As estrelas agora é Ronaldinho Gaucho, Roberto Carlos e Kaká.

quarta-feira, junho 14, 2006

É o fim do mundo!


Ontem, a tarde, as ruas de Campinas City parecia a torcida Marabraz: todo mundo apertado e apertando com seus carros com muitas manobras (ou malabarismo) radicais e acidentes de trânsito tentando chegar a tempo em casa para assistir o grande espetáculo, mas de verde-e-amarelo. Coisa horrível! Todo mundo mobilizado em adoração ao Brasil - o time. Cadê fazer o mesmo pelo outro, homônimo? Idiotismo pátrio, idiossincrásico. Torçamos pela vitória - deles.

Sem Bússola.



Chamem de ópio do povo ou caixinha de surpresas, e pouco vai importar. O fato é que de quatro em quatro anos a terra brasilis aperta a tecla "pause" de suas atividades, e mergulha de cabeça na monocultura ludopédica. Camisas verdamarelas saem dos armários e o exército de patriotas arma-se de cornetas e bandeiras à mão, a fim de bradar um orgulho ufanista que geralmente acaba assim que a Seleção encerra suas atividades na Copa.

sexta-feira, junho 09, 2006

Carpinteiro do Universo


Carpinteiro do Universo eu sou
Não sei porque nasci pra querer ajudar
A querer consertar o que não pode ser
Não sei pois nasci para isso e aquilo
E o enguiço de tanto querer
Estou sempre pensando em aparar o cabelo de alguém
E sempre tentando mudar a direção do trem
A noite a luz do meu quarto eu não quero apagar
Pra que você não tropece na escada quando chegar
O meu egoísmo é tão egoísta
Que o auge do meu egoísmo é querer ajudar
Carpinteiro do Universo eu sou assim
No final carpinteiro de mim...

36 Outonos!!!

Já faz uns meses que eu vi uma tirinha na internet e pensei: "Vou guardar". Tinha só dois quadrinhos. No primeiro, um sujeito pulava da cama de manhã, todo feliz, gritando "It's my birthday!". No segundo, a Morte movia mais uma pedrinha em seu ábaco.
Bom, desnecessário dizer que perdi a tirinha, já que precisei descrevê-la. Cá estou, um ano mais velho, e com várias coisas novas acontecendo. Não posso me queixar.

E não querendo ser egoista, sabe o que dói mais? Não ser o centro das atenções no meu aniversário (08/06). Além das presepadas do governo, como bem lembrou um amigo, ainda tivemos a bolha no pé de um tal ronaldinho esdruxulamente chamado de "fenômeno". É muita sacanagem.

Fique louco não.

Loucura é o que o sistema espera de você.
Seja radical: não enlouqueça.