Gente burra. (Ou: "É porque é.")
A ANVISA, na justa tentativa de coibir o comércio irregular e criminoso de medicamentos controlados, do tipo que pode causar dependência química, exige dos médicos que, ao emitir uma receita azul, utilizem um carimbo de identificação, com seu nome, CPF, CRM, endereço completo, de modo legível e em letra de forma. Até aí, tudo bem.
Minha mãe recebeu uma dessas receitas azuis, para compra do Dalmadorm, um desses hipnóticos perigosos. O médico substituiu o carimbo mecânico por uma impressão a laser no formulário original da receita, nas mesmas dimensões de um carimbo, inclusive com o desenho das bordas; uma ação inteligente: já que nenhuma receita azul pode ser emitida sem o tal carimbo, por que não imprimir o formulário já carimbado? Pois bem...
Nenhuma farmácia recebe a maldita receita. Por quê? Porque não tem o carimbo. Acreditam nisso? É. Os entregadores, balconistas, farmacêuticos todos com que falamos reconhecem que é absurdo, mas, repetem, "infelizmente, é assim... porque a anvisa exige". Para eles, absurdo é controlar a venda, mas, já que exigem o carimbo, tem de ser carimbo, impressão não vale!
A burocracia é o ofício diabólico dos pequenos poderosos imbecis e acéfalos em seu cômodo cotidiano controlado e inquestionável. Normal.
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