quinta-feira, abril 24, 2008
A amizade é um sentimento que pode ser comparado a um laço, que uns insistem em manter amarrado, outros fazem questão de deixar frouxo; triste é quando o destino prega a peça de atar uns e outros com o mesmo nó, pois o esforço de se tentar manter vivo um sentimento que só existe em um coração, não em dois, por vezes é humilhante, por vezes é demasiado, por vezes é doloroso, mas é sempre vão.
O brasileiro comum.
O brasileiro comum adora transgredir, aceita bem a idéia de extrapolar a escala da contravenção e até tornar-se criminoso; o que ele não suporta, não admite, de modo algum, é estar sob suspeita, ser investigado, ser "vítima" da possibilidade de ser desmascarado.
Tudo estará sempre bem, para ele, desde que "ninguém saiba, ninguém diga, ninguém aponte o dedo, ninguém acuse, ninguém ameace". É o poder tranqüilizante da substituição da realidade pela hipocrisia, na consciência de quem constrói uma sociedade em que "ser" é dispensável, "parecer" não é necessário, mas "ser desmascarado" é o que causa a verdadeira dor insuportável.
E isso não tem sequer ligação com o medo da punição, posto que se crê piamente na impunidade e na injustiça, neste país; a dor vem mesmo da sensação de se ter, de repente, a pele arrancada diante da platéia e, com isso, de se perder meia dúzia de aplausos, dois ou três afagos.
Tudo estará sempre bem, para ele, desde que "ninguém saiba, ninguém diga, ninguém aponte o dedo, ninguém acuse, ninguém ameace". É o poder tranqüilizante da substituição da realidade pela hipocrisia, na consciência de quem constrói uma sociedade em que "ser" é dispensável, "parecer" não é necessário, mas "ser desmascarado" é o que causa a verdadeira dor insuportável.
E isso não tem sequer ligação com o medo da punição, posto que se crê piamente na impunidade e na injustiça, neste país; a dor vem mesmo da sensação de se ter, de repente, a pele arrancada diante da platéia e, com isso, de se perder meia dúzia de aplausos, dois ou três afagos.