quarta-feira, outubro 29, 2008

O que conseguiu Brutus, ficando ao lado dos traidores?

Marcus Brutus Caesarem necat.
- Tu quoque, Brute, fili mi?
- Sic semper tyrannis!


Em 44 a.C., Marcus Junius Brutus, pretor romano, favorecido de Júlio César, foi um dos conjurados que, unidos, o apunhalaram nas escadarias do Senado, matando-o. O que motivou o afilhado insuspeito a apoiá-los? Servir aos interesses comuns dos conspiradores; negócios... apenas negócios.

Entretanto, depois da traição, Brutus teve de partir de Roma para Creta, uma forma de escapar à punição por haver, no passado, apoiado os atos de Júlio César, que agora eram considerados criminosos. Ou seja: assassinar o homem a quem ele apoiava não havia sido o suficiente para inocentá-lo perante os inimigos de César: em vez de ser premiado por participar do assassinato, como esperava, teve de sair de sua terra, para não ser morto também.

Em 43 a.C., Otaviano foi ordenado Cônsul romano e uma de suas primeiras medidas foi começar a perseguição aos assassinos de Júlio César, entre eles, claro, Brutus, que arregimentou um exército para defender-se. Mas não obteve sucesso e, 42 a.C., perdeu a segunda Batalha de Filipo para as forças comandadas por Marco Antônio e Otaviano, em 23 de outubro. Antes de ser capturado e morto, cometeu suicídio.

Seu corpo foi envolto em suas vestes mais caras e cremado. Suas cinzas, entregues a sua mãe. Sua esposa, ao saber de sua morte, também se matou. Segundo Plutarco, as últimas palavras de Brutus teriam sido: "por todos os meios, nós devemos voar; não com nossos pés, entretanto, mas com nossas mãos".